Wednesday, January 31, 2007

Pró-nome reflexivo


Por vezes é se reduzir ao máximo,
Encolher-se, retomar-se, pôr-se em posição fetal.

Por vezes é abraçar as próprias pernas,
contrair
cada
articulação
do
corpo,
dobrar-se,
conter-se!

Por vezes, é – inteiriço –
devorar-se, engolir-se, digerir-se.

Por vezes é não derramar gota de lágrima,
chorar-se simplesmente, em mudez perplexa.

Por vezes é não pronunciar palavra,
.
.
.
calar-se, silenciar-se.

Por vezes, não havendo palavra, é se permitir não ser,
inexistir-se, desfazer-se.

Por vezes é acarinhar o tempo e deixar que passe:
Doer-se, doer-se, doer-se.

Para Bruna Falcão, quem me socorre nas análises afetivo-sintáticas.

5 Comments:

At 8:12 AM, Anonymous Anonymous said...

Beto, continuo encantada com tua maneira de gritar-falar-calar-refletir sentimentos, liberdade, cotidiano.
Quando visito o blog abrando a saudade, pois te vejo (e me vejo) por aqui, dentre tuas palavras.

 
At 8:13 AM, Anonymous Anonymous said...

Beto, continuo encantada com tua maneira de gritar-falar-calar-refletir sentimentos, liberdade, cotidiano.
Quando visito o blog abrando a saudade, pois te vejo (e me vejo) por aqui, dentre tuas palavras.
beijo.

 
At 5:47 AM, Blogger  said...

Sutil!

 
At 8:12 PM, Blogger Juliano said...

Sutil sim, mas doído. Doce-amargo. Corajoso e melancólico. Parabéns.

 
At 4:37 AM, Anonymous Anonymous said...

Sim, provavelmente por isso e

 

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